Fonte de Alimentação Estabilizada para bancada

Já há muito que ando para criar este blog. Infelizmente o tempo nem sempre é muito e, quando há tempo, por vezes não há paciência.

Decidi que o primeiro post do blog deveria incluir um projecto para iniciantes, extremamente fácil de executar. Assim sendo começo com uma fonte de alimentação para bancada, usando uma fonte de alimentação de computador.
Nesta primeira fase optei por construir uma coisa simples sem muitos extras para não complicar. Posteriormente poder-se-hão incluir alguns extras que aprimorarão e ajudarão na utilização deste aparelho.
Esta fonte, para já, terá apenas três tensões de saída: 3,3V, 5V e 12V. Poderia ter incluído -5V e -12V, mas devido à fraca corrente suportada e para não haver enganos optei por omitir estas duas tensões negativas. De notar que nem todas as fontes têm as mesmas características dependendo do tipo de fonte e da sua potência. Neste caso foi usada uma fonte ATX de 400W, mais que suficiente para pequenos testes e experiências com circuitos electrónicos, microcontroladores, etc...

Como a fonte já está montada tentarei explicar, de forma concisa e sucinta, todos os passos de construção.
Para começar desmontamos por completo a fonte escolhida. Ter em especial atenção que poderá ser necessário cortar uns poucos fios na alimentação de entrada (220V). Caso exista, deverão aproveitar o filtro que se encontra, geralmente, soldado na ficha onde é ligado o cabo de alimentação. Este filtro será muito útil afim de evitar trepidações de corrente e frequências parasita. Podem tentar aproveitar a ficha de entrada para colocar na caixa escolhida para a fontes (neste caso uma caixa de derivação estanque de 15x20cm), ou soldar um cabo directo na entrada do filtro como é mostrado na imagem acima.

Depois de tratada a entrada de alimentação de 220V (ou 110V nalguns países), vamos passar ao corte e separação de todos os fios.
Com a ajuda de um alicate corte, cortamos todas a fichas presentes nas pontas dos cabos. "Penteamos" e agrupamos todos os cabos por cores ficando assim: Amarelos - 12V, Vermelhos - 5V, Laranjas - 3,3V , Pretos - GND, Verde (poderá variar nalguns modelos) - Power ON, Roxo - 5V Stanby (500mA), Azul e Branco - -12 e -5V e finalmente Cinzento - Power OK (5V). Referi anteriormente que não iríamos utilizar algumas tensões, assim isolaremos (caso exista hipótese futura de utilização) ou removeremos os fios Azul, Branco e Roxo (-12V,-5V e 5VSB). Os restantes fios, já organizados serão agora agrupados da seguinte forma: Agrupamos separadamente os fios amarelos e vermelhos de forma a constituir uma ligação consistente. Os fios pretos serão separados em duas tranças ficando dois fios de fora. Podemos ver estes agrupamentos nas imagens que se seguem.

Furamos a caixa e montamos bornes de rosca para casa uma das tranças de fios feitas. Para tal soldamos todas as pontas dos fios constituintes de cada trança a um terminal circular que apartaremos no respectivo borne. Bornes coloridos serão úteis na identificação de cada tensão, o que, infelizmente, não me foi possível colocar. Para melhor isolamento, antes de soldar os fios nos terminais, deveremos envolver os mesmo em manga térmica, para que no fim da soldadura se possa isolar convenientemente cada trança de fios.



Ora já temos então os bornes no sítio, as placas no sitio, vamos então montar a ventoinha. Marcamos com um lápis e com a ajuda de uma régua os pontos de fixação da ventoinha e furamos com um berbequim. Seguidamente marcamos os furos de circulação de ar. Estes poderão ser à escolha, em projectos mais elaborados poderão mesmo fazer cortes maiores e substituir a ventoinha original por uma com iluminação LED. No entanto deverá ficar algo parecido como nas imagens seguintes.
Algumas marcações não ficaram lá muito correctas, mas o ar circula.
Para finalizar, vamos então colocar o botão de ON/OFF e um LED que nos indicará que a fontes está ligada e sem problemas de funcionamento.
Para o led usamos o cabo cinzento em série com uma resistência, entre 330Ohm e 470Ohm, e ligamos na patinha mais comprida (ânodo) enquanto a patinha mais curta (cátodo) será ligada a um dos dois fios pretos que deixamos à parte das tranças. Note-se que, tal como nas tranças deveremos sempre isolar com manga térmica todas as ligações feitas, de modo a evitar curto-circuitos.
Para o botão de ON/OFF, usamos um switch (interruptor) simples onde ligamos os fios Verde e o último fio Preto.


Bem, está pronta! Obviamente que, apesar destas fontes terem protecção para sobrecargas e curto-circuitos, não será nada má ideia adicionar uns fusíveis em todas as saídas de modo a evitar problemas que ponham em causa o bom estado electrónico da fonte. Para os mais entusiastas a inclusão de um voltímetro e amperímetro, quer digital ou analógico, poderá ser uma boa aposta.

Espero que este projecto vos seja útil e principalmente que o aprimorem e façam bom uso dele. Lembrem-se que apesar das saídas serem com tensões fracas, na entrada da fonte estão sempre presentes 220V perigosos à saúde!